Autoridade Portuária de Santos apresenta planos da nova gestão na Intermodal

Publicado em 19.mar.2019 - 18:39

Prestes a completar um mês à frente do Porto de Santos, a nova diretoria da Autoridade Portuária de Santos (Codesp) traçou um plano de ação para sanear a empresa e tornar Santos o porto mais eficiente do país.

As prioridades são conceder serviços à iniciativa privada; realizar novos leilões de áreas via outorga onerosa; modernizar a gestão; e reduzir custos. O detalhamento foi feito em entrevista coletiva da nova diretoria na 25ª Intermodal South America, maior feira de logística e transportes da América Latina, na tarde desta terça-feira.

A companhia conta hoje com 1.300 funcionários diretos e 900 indiretos. O plano da diretoria-executiva é reduzir em 50% esse total nos próximos dois anos, dado que muitos funcionários já estão em idade de série se aposentar.

A busca do equilíbrio financeiro da companhia virá de uma série de ações já definidas. Entre elas, a concessão à iniciativa privada de serviços tradicionalmente realizados direta ou indiretamente pela companhia, mas que apresentam problemas e geram custos elevados.

Serão concedidos três pacotes em contratos válidos por 35 anos. São eles: o canal de navegação (dragagem, balizamento, monitoramento ambiental e sistema eletrônico de controle do tráfego de embarcações); acessos terrestres, como a operação e manutenção das avenidas perimetrais de Santos e Guarujá e novos investimentos em peras, desvios e pátios ferroviários; e os serviços de utilities (energia, água e esgoto e resíduos sólidos).

“O objetivo desses contratos é garantir disponibilidade e elevar o nível de serviço para os usuários – do armador, aos operadores, passando pelos donos de carga. Foco na eficiência”, diz o diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos, Casemiro Tércio Carvalho.

Em outra frente, a companhia prepara o lançamento dos editais dos leilões de quatro áreas a serem arrendadas ainda neste ano, com investimento estimado em R$ 485 milhões, além da outorga a ser paga pelo vencedor. São áreas que estão hoje em uma dessas situações: contrato vencido, mas a operação continua via medida judicial; contrato de transição (instrumento firmado após o fim do contrato e válido somente até o novo arrendatário assumir), ou sem uso.

O STS 10, no cais do Saboó, será um terminal para carga geral com movimentação mínima para celulose. A área hoje é dividida entre terminais da Rodrimar, Deicmar e uma parte do Ecoporto. O investimento aproximado é de R$ 50 milhões.

O STS 13A será uma instalação para granéis líquidos na Ilha Barnabé. A área está hoje sem operação, após fim do contrato com a Vopak. O investimento aproximado é de R$ 115 milhões.

O STS 20 será relicitado em outras bases, após uma tentativa no ano passado em que não houve proposta. Será um terminal para granel mineral. O lote hoje é ocupado pela Pérola. O investimento aproximado é de R$ 220 milhões.

Finalmente, os armazéns da Fibria e da Rodrimar em Outeirinhos serão “empacotados” em uma só instalação para movimentação de granel mineral. O investimento aproximado é de R$ 100 milhões.

 

Sobre o Porto de Santos

Localiza-se a apenas 70 quilômetros da região mais industrializada do Hemisfério Sul e também do maior mercado consumidor e produtor da América Latina, a Grande São Paulo, onde vivem mais de 20 milhões de pessoas. Cerca de 90% da base industrial do Estado de São Paulo localiza-se a menos de 200 quilômetros do Porto de Santos.

O Porto de Santos é também a principal porta de saída da produção agropecuária brasileira, sendo o maior exportador de açúcar, suco de laranja e café em grãos do mundo, destacando-se também a soja, o milho. É ligado aos principais estados produtores – São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás -, que concentram mais de 60% do PIB nacional, por meio de ampla rede de rodovias, ferrovias e hidrovia. O Porto de Santos movimenta cargas de todos os estados brasileiros e é o, o álcool, automóveis e produtos industrializados em geral.

Sua área útil totaliza 7,8 milhões de metros quadrados e seu canal de navegação, com profundidade de 15 metros e largura de 220 metros (trecho mais estreito), possui 55 terminais marí­timos e retroportuários, localizados em duas margens, uma no municí­pio de Santos (direita) e outra no de Guarujá (esquerda). Para atracação de navios conta com uma extensão de cais de quase 16 quilômetros, que contempla 66 berços de atracação. Para armazenamento de granéis lí­quidos conta com uma capacidade de, aproximadamente, 700 mil m³ e para granéis sólidos, instalações para acondicionar mais de 2,5 milhões de toneladas.

 

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